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Projeto orienta sobre o uso de agrotóxicos

Objetivo é educar os estudantes e fazer com que reflitam sobre os impactos dos fertilizantes na saúde da população

Desde 2015 o projeto vem movimentando a vida escolar dos alunos e contribuindo na alimentação (foto: Pedro Nascimento)

Com a última liberação de 42 novos agrotóxicos pelo governo federal, o total de autorizações já chega a 239, desde janeiro. Recentemente, uma

pesquisa feita pela Universidade Federal de Goiás (UFG) revelou que os agrotóxicos causam lesões no material genético dos seres humanos. Na contramão da utilização de produtos agroquímicos, alunos do Centro de Excelência José Rollemberg Leite, no bairro José Conrado de Araújo em Aracaju/SE, vêm colocando as mãos na terra numa horta comunitária 100% saudável, livre de agrotóxicos.


O espaço, que antes estava abandonado e tomado por mato, ganhou um colorido diferente e se tornou uma extensão das salas de aula, proporcionando aprendizado e mudança do hábito alimentar dos alunos. "Eles acolheram bem a ideia. Por exemplo, eles fazem a semeadura, a colheita, retiram as ervas daninha. Eles têm aula de fisiologia da planta, anatomia da planta. Vão tendo conhecimento sobre os agrotóxicos, que hoje é um tema mundial e que no Brasil é um tema importantíssimo, porque nós somos um dos maiores consumidores de agrotóxicos do planeta", ressalta Fernando Leite, 54 anos, idealizador da horta e professor de Biologia. 

Segundo o professor Fernando Leite, ao todo, desde 2015, foram investidos mais de 15 mil reais na horta (foto: Pedro Nascimento)

A horta conta com uma estrutura que desde o início foi se aperfeiçoa graças a

investimentos realizados pelo professor e a doações vindas de outras pessoas que

acolheram o projeto. Hoje, os alunos conseguem plantar hortelã, rúcula, alface, coentro,

espinafre, pimenta, pimentão, couve, entre outras espécies de plantas, além de contarem com equipamentos que ajudam a realizar o plantio e colheita, como o sistema próprio de irrigação, estufa e minhocário - que produz adubo totalmente natural.


No local, tudo que é plantado tem destino certo após a colheita. "Já tivemos ações nas

feiras livres daqui do bairro. No ano passado fizemos uma parceria com um restaurante - que recebia o excedente da produção - e os alunos também levam para casa, mas o principal fica aqui na merenda escolar", disse o professor, que ensina na rede pública e privada há aproximadamente 25 anos.


Para os mais de 60 alunos, das várias turmas envolvidas no plantio e colheita, essa é

uma ótima oportunidade de colocar em prática tudo o que vem sendo discutido em sala

de aula. "Eu aprendo mais aqui na horta, na aula prática. Eu estou aprendendo coisas

que não aprendi antes com o professor. Ele está ensinando muita coisa boa, como mexer

com as plantas, ervas medicinais, com o alimento que sai daqui direto pra cozinha. Pra

mim, está sendo muito bom", disse a estudante Cássia Leite da Silva, 16, do 9º ano A da

escola.

Silvia Eduarda e Cássia Leite são alunos do 9º ano A e são voluntárias na horta (foto: Pedro Nascimento)

A estudante Silvia Eduarda, 18, também salienta a importância da horta na escola e sabe

do impacto que o uso de pesticidas causam na vida da população. "Agrotóxico prejudica o meio ambiente, os humanos, prejudica tudo", fala a aluna.


O funcionário público Gilvaldo dos Santos, 65, é também um dos voluntários da horta.

Há mais de oito anos ele cuida dos espaços verdes em colégios da rede pública e

acredita que a horta é um instrumento importante de aprendizado para os estudantes.

“Além de ferramenta pedagógica, a horta tem o objetivo de levar uma alimentação

saudável, porque aqui eles vão ter contato direto com o que é o orgânico. Às vezes, a

pessoa fala do orgânico apenas por falar, mas não conhece. Aqui ele está vendo o

orgânico pessoalmente e vendo como faz o passo a passo", conta Givaldo.

Fernando Leite pretende ampliar a horta (foto: Pedro Nascimento)

Um dos objetivos do professor é construir um galinheiro ecológico. Se depender da

motivação dos alunos em trabalhar na horta, essa nova ideia será bem acolhida. "Já

imaginou um galinheiro ali? As pessoas que são hiperativas dando comida para as

galinhas. Além de você conhecer ovos e galinhas orgânicas, você vai ver a saúde mental dos alunos melhorar", ressalta Fernando.


A merenda escolar 


Patrícia de Jesus, 36, é uma das responsáveis pelo preparo das comidas que são servidas na escola. Ao todo, são cerca de 300 quilos mensalmente. Com o projeto em prática, o alimento dos alunos se torna ainda mais saboroso. "A gente serve arroz, feijão, macarrão - a gente faz o molho do macarrão com os temperos da horta - e principalmente a carne. Os temperos são todos da horta", disse.


Para a merendeira, a horta vem para ajudar tanto na demanda de alimentos diários -

quando estão em falta -, como também contribui para a saúde dos estudantes. "Além da

gente fazer um alimento com proteínas, vitaminas para os alunos, é orgânico, não tem

agrotóxicos, é melhor ainda para os alunos. Eu acho maravilhoso”. diz Patrícia.


 

Produção da disciplina Laboratório de Jornalismo Integrado I - 2019.1

Repórter - Pedro Nascimento

Fotos - Pedro Nascimento

Orientação - Professores: Josenildo Guerra, Cristian Góis e Eduardo Leite

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