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Período junino: em oito dias, preço do milho aumenta 66%

Atualizado: 22 de jul. de 2019

A equipe de reportagem visitou dois pontos de venda da capital sergipana. Em dois dias diferentes, é fácil perceber a variação nos preços dos itens típicos

Preço da "mão de milho" subiu 66,6% entre os dias 15 e 23 de junho, na pesquisa da reportagem (Foto: Ingrid Maia)

Consumidores lotam pontos de venda de Aracaju à procura de itens típicos do período junino. Aumenta o número de mercadorias nas centrais de abastecimento e demais feiras livres, e o preço dos insumos sofre grande variação conforme a data festiva se aproxima. Entre os artigos tradicionais mais buscados, estão o milho, o amendoim e as fogueiras.


Para traçar um comparativo, a equipe de reportagem escolheu dois pontos de bastante movimento da cidade: o mercado municipal do conjunto Augusto Franco, localizado no bairro Farolândia, e a Central de Abastecimento de Aracaju - Ceasa, localizada no bairro Getúlio Vargas. Pesquisas de preço foram feitas em duas datas: 15 de junho - pouco mais de uma semana antes do principal dia de festa - e no dia 23, pico de vendas do período.


A variação de preços foi mais perceptível no milho e no amendoim. No dia 15, a chamada “mão de milho” – medida popular que representa a quantidade de 50 espigas – era encontrada pelos valores de 15 a 20 reais, em média, nos dois locais. Já no dia 23, nos mesmos pontos de venda, a mesma quantidade era vendida por 20 a 25 reais, o que representa aumento de até 66,6% no valor em apenas oito dias. Em ambos os casos, o preço varia de acordo com a “idade” do milho (quanto mais novo, maior o custo) e conforme a negociação feita entre cliente e vendedor.

Na primeira ida, a feirante Janielza Cordeiro, afirmou que a mudança de valores se dá de acordo com a disponibilidade de mercadorias por cada vendedor. “O fornecedor já está ficando sem o produto e a demanda está aumentando”, disse.


Durante a segunda quinzena do mês de junho, Joanisson alega que os comerciantes recebem caminhões carregados de milho todos os dias. A expectativa é que as vendas permaneçam em alta até o São Pedro. “No dia de São João, que é quando o pessoal compra mais, fica mais caro. Mas quando passa a data, o preço baixa bastante, chegando de 8 a 10 reais a mão, variando de acordo com a entrada da mercadoria”, afirmou o vendedor Joanisson dos Santos.


Genisson Melo, aposentado de 64 anos, apostou na pechincha para comprar o milho mais em conta. No dia 15, o milho era vendido no Mercado do Augusto Franco a seis espigas por 5 reais, mas o aposentado conseguiu negociar e levar oito pelo mesmo preço.


Já em relação ao amendoim, na semana anterior ao São João, um saco (maior medida disponível no Ceasa) era vendido por 50 reais. No dia 23, havia sofrido um aumento de 40%, e passou a custar 70 reais. A lata (menor medida) era vendida a 2 reais e, posteriormente passou a ter o dobro do valor inicial. Ao ser perguntado se houve variação, o vendedor Saulo Oliveira negou. “O amendoim, assim como o milho, está em período de safra e por isso não teria motivo para aumentar o preço”.

No preço das fogueiras, não houve variação, o que se deve a algumas causas, como o aumento da moradia em condomínios fechados e apartamentos. A outra questão diz respeito ao tipo de produto que, diferentemente dos demais, só é vendido durante esse período. Seria prejuízo manter a mercadoria parada, pois dificilmente seria comercializada após as festividades.


No mesmo ponto de venda, na entrada da Ceasa, entrevistamos Ronaldo Evengelista, desempregado de 37 anos. Ele afirmou que havia fogueiras disponíveis de 20 a 70 reais, de acordo com o tamanho. A estrutura para a venda das fogueiras foi montada na segunda quinzena de maio. “O preço foi mantido durante todo o período e poderia inclusive cair, dependendo do movimento”.

Venda de fogueiras iniciou no meio do mês de maio. No período pesquisado não houve variação de preços nesse item (Foto: Ingrid Maia)

Depois de visitar pontos de venda em dois dias diferentes, a verificação de preços leva à conclusão que deveria ser alerta ao consumidor: quando a procura aumenta, maior também o preço. Então, fica a dica para o nordestino esperto: antecipar as compras no próximo São João.


Produção da disciplina Oficina de textos jornalísticos - 2019.1

Reportagem: Ingrid Maia, Maria Letícia e Wesley Paixão

Orientação: Professor Daniel Brandi

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