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Pele: o maior e mais negligenciado órgão

Falta de cuidados preventivos permite que doenças se desenvolvam silenciosamente




O maior órgão do corpo humano é extremamente sensível e fica muito exposto. Embora necessite de cuidados especiais, a pele geralmente é ignorada, propiciando que as patologias nessa área possam crescer silenciosamente por anos.


A Sociedade Brasileira de Dermatologia catalogou as doenças de pele mais comuns e entre as mais conhecidas estão: câncer de pele (carcinomas), abscessos, acne, dermatite, sarna, micoses, hanseníase. Tais enfermidades atingem, principalmente, os mais pobres. Pessoas com dificuldades de diagnóstico e acesso ao tratamento.


Uma pesquisa da Folha Press, divulgada em 2017, apontou que os motivos que mais levam o brasileiro a procurar um dermatologista são o aparecimento de manchas ou acne excessiva. Nas consultas para tratar problemas “corriqueiros”, doenças mais graves são descobertas.


Segundo a dermatologista Martha Debora Lira, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia em Sergipe (SBD-SE), embora o Sistema Único de Saúde (SUS) atenda todos os casos, da prevenção ao tratamento de doenças dermatológicas, o acesso da população a uma consulta de especialista não é fácil. “Como a demanda é grande, ocorre uma prioridade para quem mais precisa”, esclarece.


Outra dificuldade dos pacientes do SUS é a continuidade do tratamento. Os produtos dermatológicos não possuem preço acessível e um número muito pequeno é disponibilizado gratuitamente. “Poucos produtos estão disponíveis na rede pública: antifúngicos, antibióticos e algumas medicações controladas para doenças mais graves. Grande parte das medicações que prescrevemos não está disponível”, pontua Martha Debora.


Alguns cuidados básicos deveriam estar presentes no dia-a-dia de todos, como lavar a pele com sabonete adequado, usar protetor solar, hidratante. Principalmente se considerarmos a região em que vivemos e seu alto índice de exposição à radiação solar. Além dessas precauções, estar atento a qualquer mancha ou sinal na pele é fundamental para o diagnóstico.


Além da aparência, a dor, ardência e os impactos psicológicos no paciente precisam ser observados. Esses fatores elevaram as doenças de pele à 4ª maior causa de incapacitação do planeta, de acordo com a Universidade do Colorado (EUA), que coletou dados ao redor do mundo.


As manifestações estéticas podem expor o portador a constrangimentos, como o caso da criança de 2 anos, que foi obrigada a retirar-se do avião, em virtude de sua doença de pele rara, mas não contagiosa. A tripulação pediu que os pais descessem com a menina, alegando estarem “seguindo a determinação da Anvisa para doenças infecciosas”. O desconhecimento leva ao medo do contágio e à discriminação.


Esse caso tornou-se público e escancarou o preconceito com as doenças dermatológicas que diariamente os pacientes precisam lidar.


 

Produção da disciplina Laboratório de Jornalismo Integrado II - 2019.2

Reportagem: Joyce Oliveira e Katiane Peixoto

Orientação dos professores: José Cristian, Talita Deda e Vítor Belém

Imagens: Reprodução internet

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