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O bar virou arquibancada: torcida se reúne para acompanhar a sofrida classificação do Confiança

Time chegou a estar perdendo por 2 a 0, mas reagiu e conseguiu a classificação; Portal Contexto acompanhou a concentração de torcedores na capital

Grupo de torcedores se juntou para assistir em telão a classificação proletária fora de casa (Foto: Fabrício Santos)

Foi difícil, mas o Confiança conseguiu a classificação para as quartas de final do Campeonato Brasileiro da Série C. O time dependia apenas dos próprios esforços para garantir a vaga, e, mesmo após estar perdendo por 2 a 0 para o Ferroviário-CE, no confronto decisivo do último sábado, 26, conseguiu ir em busca do empate e sagrar-se classificado - contando também com uma combinação de resultados. Com o resultado, o time ficou na quarta posição do Grupo A e enfrentará o Ypiranga-RS na próxima fase, primeiro colocado do Grupo B.


Em virtude da partida ser longe de seus domínios, a torcida azulina se reuniu por diversos pontos da capital sergipana para torcer pelo Dragão do Bairro Industrial. O portal Portal Contexto foi até um desses locais, na Zona Sul de Aracaju, para acompanhar todas as emoções que os torcedores viveram. Quem estava presente, viveu desde a angústia da possível eliminação quando o placar estava desfavorável, até a euforia do heroico empate conquistado.


Ricardo Delgado, proprietário do local, comentou antes do jogo a sua expectativa para partida e a motivação para organizar a reunião entre torcedores que foi regada a muito samba, festa, cerveja e torcida.


“Tomei a iniciativa de realizar esse evento para poder juntar os amigos e torcer pela classificação do Confiança todos juntos. Para o nosso time ter a chance de subir para a Série B, precisamos de um bom resultado nesse jogo, e se Deus quiser iremos conseguir. A perspectiva é que seja um jogo muito difícil, mas acredito na vitória”, disse ele.


Já Elisson Valença, estudante de Direito na Universidade Tiradentes, relembrou os recentes jogos do clube, quando jogou mal e desperdiçou chances de se classificar.


“A minha expectativa e de toda a torcida está enorme. Infelizmente, nos últimos dois jogos o time deixou a desejar, e perdeu a oportunidade de selar a classificação dentro de casa. Mas o time ao longo de todo o campeonato teve um bom rendimento, e eu acredito muito nele. Iremos conseguir a classificação para a próxima fase e subiremos para a Série B”, afirmou.

Foto: Fabrício Santos

O primeiro tempo


Com a bola rolando, um jogo muito truncado. Ambas as equipes disputavam a classificação, então pouco se expunham nos primeiros momentos de embate. No decorrer dos 45 minutos iniciais, o Confiança foi gostando do jogo e dominando a partida, indo mais ao ataque que os mandantes. Entretanto, não conseguiu ser efetivo nas chances criadas e a meta do goleiro Nicolas permaneceu intacta.


E como diz o ditado: “quem não faz, leva”. Aos 33 minutos, o camisa 10 do Ferroviário, Janeudo, recebeu a bola dentro da área azulina, girou em cima do zagueiro Anderson e mandou para o fundo das redes, sem chances para Genivaldo.


Em vantagem, os cearenses cresceram e tomaram o domínio das ações. Ainda que com alguma dificuldade na criação, pressionaram os visitantes e só não ampliaram o marcador pois o goleiro do Confiança tratou de realizar boas defesas.


No final do primeiro tempo, Ari Moura, atacante azulino que já havia perdido boas chances nos últimos dois jogos, perdeu mais uma. Ele partiu em velocidade, ultrapassou a defesa do Ferrão, mas arrematou para fora no que poderia ser o gol de empate.

Torcida acompanhou o jogo através de um telão (Foto: Fabrício Santos)

O intervalo


Durante os 15 minutos de descanso, muita tensão e frustração na torcida azulina. Não apenas pelo resultado negativo do primeiro tempo, como também porque os outros resultado estavam ajudando o time sergipano, mas o time não fazia a sua parte.


O Botafogo-PB perdia para o Treze-PB. O Imperatriz-MA empatava com o Sampaio Corrêa. O Santa Cruz perdia para o Náutico. Todos esses eram adversários diretos pelas duas vagas restantes do Grupo A e não estavam vencendo, o que fazia com que o Confiança necessitasse apenas de um empate para passar.


Entretanto, o próprio clube não se ajudava, e com a derrota estava sendo eliminado, sendo o próprio Ferroviário o classificado. Na torcida, o desapontamento era evidente.


Felipe Menezes, estudante de Ciências Contábeis, reclamou da falta de atitude do time para decidir o confronto. “Infelizmente, mesmo com todos os resultados ajudando, o time não está fazendo sua parte, que é no mínimo empatar. Jogando muito mal, sem personalidade. Na hora de decidir o jogo, não está sendo eficaz. Espero que volte melhor para o segundo tempo, e consiga o gol para que consigamos a classificação”.


Além dele, Victor Hugo, estudante de Educação Física, falou o que deveria ser feito para que o resultado adverso fosse superado. “O time não está contribuindo em campo. É necessário que agora no intervalo o treinador deixe claro para todos que é o jogo de nossas vidas, que precisamos vencer. A gente precisa fazer nossa parte”.


Ele também sugeriu uma substituição, pediu a saída de Ari Moura. Segundo Victor, o atacante perde muitos gols, e era necessária a sua saída. Não sabia ele que, ainda naquele dia, iria comemorar um gol do camisa 11.

Na volta do intervalo, concentração no jogo e torcida por um resultado melhor (Foto: Fabrício Santos)

O segundo tempo


Logo no início da segunda etapa, outro banho de água fria na expectativa da torcida. Após cobrança de escanteio, Mazinho subiu mais alto que toda a defesa e cabeceou para o fundo das redes, deixando até o mais positivo torcedor descrente na classificação.


Diante do cenário adverso, o treinador do Confiança, Daniel Paulista, tratou de realizar mudanças. Aos nove minutos do segundo tempo, realizou duas mudanças simultâneas: Saiu o volante Amaral e o lateral Thiago Ennes; entrou o atacante Renan Gorne e o lateral Marcelinho - que ultimamente mais funcionava como um homem de frente do que de defesa.


Substituições que colocavam o time pra cima, haja vista que a única solução para superar o cenário negativo era o ataque. E surtiu efeito. No minuto seguinte, aos 10 minutos, Ítalo - melhor jogador proletário na partida - avançou pela esquerda e realizou um cruzamento preciso para Ari Moura, livre de marcação, marcar de cabeça e devolver a esperança para toda torcida. Êxtase de todos os azulinos presentes, que entoavam cânticos e acreditavam numa reação outrora improvável.


Com o gol, o Confiança melhorou no jogo não só tecnicamente como emocionalmente. Voltou a ter o domínio da partida e passou a pressionar os mandantes. Apenas a vitória importava, pois naquela altura o Botafogo-PB havia empatado o confronto com o Treze-PB e o Imperatriz vencia o seu duelo.


Aos 20 minutos, a superação histórica. Anderson, zagueiro que não fazia uma boa partida, se redimiu tal qual todo o time proletário e empatou o jogo após cobrança de escanteio de Altemar. Explosão de alegria de todos os presentes e a euforia retomada com a classificação nas mãos.


O jogo ainda reservaria algumas emoções. O Confiança, com o resultado na mão, passou a ficar mais comedido em seus ataques. Já o Ferroviário, desesperado pela vitória, teve duas boas chances de retomar a liderança no placar: Janeudo na trave aos 36 minutos e Esquerdinha para fora aos 39. Após isso, pouco aconteceu e apenas restou aguardar o fim de todos os jogos da última rodada para a classificação ser concretizada.



Os próximos passos


Agora, o Confiança mais uma vez terá a chance de subir para a Série B. Em 2015, foi eliminado nesta mesma fase para o Londrina; em 2017, para o São Bento. Neste ano, enfrentará a melhor defesa da competição, do Ypiranga-RS, a qual sofreu apenas 10 gols.


O adversário foi o líder do Grupo B, e assim como o Confiança, ficou perto de sequer passar de fase. Isso porque, fez o gol classificatório já nos acréscimos do embate decisivo diante do Juventude, e pulou da quinta colocação para a primeira.


Segundo Antônio Trindade, estudante de Educação Física, mesmo em meio a toda euforia do resultado, a tarefa do clube não será nada fácil.


“Estou bastante eufórico. Impossível não estar após sair perdendo por 2 a 0 e conseguir o empate seguido da classificação. Colocando o pé no chão e pensando como um torcedor que também analisa o jogo, vai ser muito difícil a gente passar de fase. O time apresentou muitos defeitos, tanto no ataque quanto na defesa. Confio muito no nosso treinador, ele tem o elenco na mão, assim como confio em Ítalo, que é nosso melhor jogador”, disse ele.


Quanto ao adversário, Trindade demonstrou preocupação. “Preferia enfrentar Remo ou Paysandu, que são times que a gente possui certa experiência em jogar contra. O primeiro não se classificou e o segundo enfrentará o Náutico. E, como quem quer subir, não pode escolher adversário, teremos que enfrentar o Ypiranga com todas nossas forças, em busca do acesso”, finalizou.

 

Produção da disciplina Laboratório de Jornalismo Integrado I - 2019.1

Repórter - Fabrício Santos

Orientação - Professores: Josenildo Guerra, Cristian Góis e Eduardo Leite



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