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O Abismo Inflacionário e mais um ano perdido: 2022 é o momento que o Brasil precisa achar uma saída

Por Franciele Fernandes Brito e Fernanda Souza Dantas


Muito se fala, mas pouco se entende sobre inflação no Brasil. Números, economia, política, não são assuntos muito convidativos para o cidadão comum, porém, ele, mais do que ninguém, sente quando o preço do quilo do tomate se eleva ou quando fica mais difícil abastecer o veículo. As estatísticas e notícias são assustadoras, a inflação no país é a terceira maior da América Latina, o ministro da Economia, Paulo Guedes, finalmente admite crise financeira e declara que o país está em seu pior momento de inflação em muitos anos, mas nada que prejudique sua offshore em paraíso fiscal.


De acordo com alguns economistas, houve mesmo uma alta de preços de alimentos em todo o mundo, mas no Brasil, essa alta foi disparada e poderia ter sido menor se o governo brasileiro tivesse adotado, a tempo, medidas para reduzir o impacto da alta do preço dos alimentos. Além disso, a instabilidade do atual governo brasileiro, alimentou a alta do dólar, o que, consequentemente, aumenta a taxa de inflação.


Enquanto isso, o Real encontra-se cada dia mais desvalorizado e o dólar americano bate a marca de R$5,54. Quem dera a preocupação do brasileiro hoje fosse ir à Disney com o dólar entre R$2,659 e R$3,948, mas o que dói mesmo no bolso do trabalhador é ter que abrir mão de proteína nas refeições por causa do preço elevado da carne, é ver o ano de 2021 começar com a triste estatística de que voltamos à marca de 14 milhões de famílias vivendo abaixo da linha da pobreza e ver o ano se encerrar com poucas mudanças. A Disney deixou de ser um objetivo possível e voltou a ser um sonho distante.


Boa parte do cenário que enfrentamos atualmente advém das péssimas escolhas protagonizadas pelo presidente e seu desgoverno. Os erros políticos perpassam pelo enfrentamento precário da pandemia e esbarram no atraso para oficializar a Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovada apenas em abril. Para o bem ou para o mal, dependendo de onde o eleitor se encontra no espectro político, a derrocada da economia pode ser decisiva nas eleições de 2022 e o descontentamento e enfraquecimento de Bolsonaro, que perde cada vez mais aliados nas ruas e na política, já podem ser vistos.


É uma pena que quem tem pago o maior preço, da maneira mais literal possível, está longe dos palácios de Brasília e cada vez mais perto das filas do osso, um sinal gritante do lugar para o qual estamos caminhando. Não é novidade que a população mais pobre é quem sofre as maiores consequências, e se tratando de um país populoso como o Brasil, são muitas as famílias que vivem em situação de vulnerabilidade, pobreza e fome no país.


Porém, a inflação não traz consequências só para as camadas mais pobres da sociedade. É um problema de ordem econômica que atinge e vai atingir todos os estratos de renda, podendo diminuir ainda mais o poder de compra da classe média. No ano de 2022, espera-se que o cenário econômico já esteja um pouco mais estável. Alguns especialistas, garantem que sim, que para o próximo ano, os preços dos alimentos, da conta de energia e dos combustíveis tendem a estabilizar. O reajuste do salário mínimo não deverá estar de acordo com a crescente inflação, mas ainda aumentará consideravelmente o planejamento orçamentário do país.


A expectativa é que o salário mínimo chegue ao valor de 1.200 reais. O que resulta em um aumento de R$ 31, de acordo com o valor que consta na Lei Orçamentária enviada para o Congresso Nacional. Para o trabalhador, é um valor que pouco fará diferença em sua vida, mas para os cofres públicos esse ajuste significa um impacto grande. Essa revisão salarial deve gerar impacto de R$11 bilhões no ano que vem.


O que nos resta fazer é deixarmos a posição de espectadores dos próximos capítulos desse ‘‘drama’’ que vive o país nesse momento e reescrevermos o roteiro do nosso futuro nas eleições de 2022. Espera-se que as consequências não sejam mais drásticas do que já estão sendo, e que em um futuro próximo possamos respirar mais aliviados com a superação de tempos tão difíceis.



Agnaldo Rezende - entrevistaJoyce e Katiane
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