Apesar da volta das festas juninas, o ceticismo sobre a renda é uma das preocupações dos artistas para esta temporada
por Lucas Lima
Forró Caju — Foto: Ana Lícia Menezes/Prefeitura de Aracaju
O anúncio do retorno dos tradicionais festejos juninos da capital sergipana foi realizado no último mês pelo prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e pelo governador do Estado, Belivaldo Chagas. O Governo Municipal retoma o Forró Caju, enquanto o Governo Estadual vai realizar o Arraiá do Povo. Apesar dessa volta, alguns artistas relevam apreensão sobre a captação de renda neste São João. Questões como alta demanda por trabalho e crise econômica alimentam o ceticismo entre os músicos.
Uma das artistas que relatam receio é a cantora Amorosa. Segundo ela, a retomada vai colocar a cadeia de produção de volta ao funcionamento. Porém, na perspectiva de renda, não prevê uma diferença significativa.‘‘Acredito que a demanda de músicos será bem maior que a oferta de eventos, por ser uma retomada gradativa. Por isso, não vejo que haverá mudanças de valores em relação ao ano passado’’, afirma a cantora.
Outro artista que compartilha da mesma expectativa é o sanfoneiro Edson Joy. De acordo com ele, devido à situação econômica do país, não é possível imaginar um cenário positivo de ganho financeiro. ‘‘A situação está apertada. Os clientes estão tentando pechinchar os preços. Busco ao máximo não repassar os valores, mas está dificil’’.
Em contrapartida, o tecladista João Araújo projeta um cenário alternativo para esta temporada de festividades. De acordo com o músico, sua renda, nos últimos dois anos, ficou restrita aos editais lançados pela Funcap e Funcaju, através da lei Aldir Blanc. Sua esperança é que agora, com o aval sanitário e a realização dos festejos tradicionais, a temporada junina tenha um boom de eventos e traga um saldo financeiro positivo.
Amorosa, apesar de expor suas preocupações quanto ao saldo da temporada junina, reforça a importância simbólica desse retorno. ‘‘Com a volta oficial dos festejos, a expectativa é de que a preservação da cultura junina seja cada vez mais valorizada pelos poderes públicos, tendo em vista que agora o forró é um patrimônio nacional”.