top of page
  • Foto do escritorPortal Contexto

Exposição excessiva de crianças à dispositivos eletrônicos pode impactar desenvolvimento educacional


Valter Campanato/Agência Brasil

Ficar mais próximo das tecnologias digitais e longe do papel e caneta se tornou uma realidade para as crianças que estudaram pelo ensino remoto durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19). No entanto, existe um limite de benefícios que essa proximidade pode oferecer. Ao ultrapassar essa linha, essa relação pode afetar a capacidade de aprendizado dos pequenos.


A facilidade dos teclados afastou alguns alunos do costume de usar lápis e papel em todas as aulas. Mesmo sem ter prejudicado totalmente a prática da escrita a mão, a presença excessiva dos aparelhos eletrônicos afetou a concentração dos estudantes após o retorno às aulas presenciais.


De acordo com a pedagoga Esthefany Mendonça, quando não existe um limite do uso desses aparelhos, pode haver uma quebra no desenvolvimento educacional das crianças. “Quando os aparelhos eletrônicos são usados para fins educacionais, para aprender, pesquisar. Mas quando não se tem o limite do uso desses aparelhos, aí sim tem há uma quebra no desenvolvimento, há um prejuízo”, afirmou.


Segundo a professora, ao retornar às salas de aula, foi possível perceber que os estudantes do ensino primário começaram a ter mais dificuldade para realizar as tarefas solicitadas na escola. Além disso, ela relata que as notas das avaliações realizadas após o retorno presencial, caíram consideravelmente em relação às provas durante a pandemia.


“Não vejo dificuldade em escrever. Eu vejo uma dificuldade mesmo em ler, em querer aprender, interpretar. Vi que muitos alunos tiraram notas boas em casa, mas quando chegou para fazer avaliações em sala de aula, o desenvolvimento não foi o mesmo. Porque em casa eles não estavam estudando como deveriam, estavam apenas copiando, e na sala de aula não tem as mesmas regalias que em casa”, explicou.


A psicóloga Priscila de Jesus destaca que a pandemia fez com que os alunos mudassem bruscamente a rotina diária dos seus estudos. Ela afirma que o uso destes dispositivos na educação podem trazer benefícios e malefícios.


“O prejudicial é quando esse uso está sendo de forma excessiva, principalmente quando o aluno manuseia para além dos seus estudos, sejam em momentos de atividades, aulas e, também em momentos de lazer e de dormir. Por isso é importante que os genitores ou responsáveis sejam participativos na educação e reeducação na nova modalidade de ensino”, afirmou.

A necessidade de se adaptar à nova rotina também pegou os pais de surpresa, pois, começaram a ter que fazer parte da educação dos filhos mais de perto. A convivência diária pode ter permitido que algumas famílias se aproximassem, entretanto, fortaleceu também a relação das crianças com os dispositivos eletrônicos.


De acordo com recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), crianças de menos de 2 anos não deveriam ser expostas a nenhuma atividade em tela. Já aquelas de 2 a 5 anos deviam passar apenas uma hora por dia diante de telas. Para crianças de 6 a 10, no máximo duas horas por dia, sempre contando com a supervisão de um adulto.

“É necessário haver disciplina no manuseio dos dispositivos, caso contrário, a influência que ocorrerá nos comportamentos das crianças serão a não interação social em eventos presenciais, ou seja, não serão participativos, evitarão contato com outras pessoas, ausência de interesse em realizar atividades acadêmicas, diminuição na concentração, consequentemente haverá a diminuição no rendimento escolar, afetará a aprendizagem, a qualidade de vida e da saúde mental”, concluiu a psicóloga.


Por: Larissa Barros

Agnaldo Rezende - entrevistaJoyce e Katiane
00:00 / 01:33
bottom of page