Após implantação do ensino integral em Sergipe, escolas apresentam dificuldades para atender às necessidades dos alunos
O termo “escola de tempo integral” é referido às escolas que possuem carga horária estendida para jornada maior de aprendizagem. Ocorre, então, uma divisão clara entre o período de aulas e o contraturno, das "atividades extras". É comum que a escola escolha ser pautada apenas pela linha pedagógica, mas a estrutura física é tão importante quanto a linha metodológica.
De acordo com o Censo Escolar divulgado no começo de 2019, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no ensino médio o percentual de matrículas em tempo integral passou de 8,4% em 2017 para 10,3% em 2018, superando o percentual do ensino fundamental no mesmo período.
O Centro de Excelência Atheneu Sergipense (Ceas) é a primeira escola, em Sergipe, a adotar o modelo de ensino. Apesar de enfrentar dificuldades, por estar acomodada em endereço provisório devido à reforma, a escola é renomada por possuir baixa evasão escolar e grande aprovação no Enem, além de ter boa infraestrutura e corpo docente qualificado.
"Esse não é o nosso prédio então não temos toda estrutura que o ensino médio integral exige, mas o colégio tenta fazer o melhor possível para atender nossas necessidades", confirma aluna.
Grandes escolas que hoje são integrais tiveram como base o Ceas, por exemplo, o Colégio Estadual Abelardo Romero Dantas (Cepard) em Lagarto. O modelo integral foi adotado há um ano.
A equipe de reportagem visitou a escola de Lagarto, que está em fase de transição. Uma aluna, que preferiu não ser identificada, relatou que o colégio tem dificuldades em atender às necessidades dos estudantes de fardas e refeições.
“São muitas promessas que não são cumpridas. Eles mostram uma coisa que não é a realidade. Não posso dizer que nada é atendido, porque tem muita coisa que eles correm atrás, mas têm coisas que eles deixam a desejar”, diz a aluna.
A diretora do Cepard, Jammilles Garcia, afirma que existe uma dificuldade para acompanhar o Ceas, porém indica pretensão em melhorar os índices de desempenho. "A estrutura do Abelardo Romero precisa ser melhorada, mas não é fator determinante e estamos no processo de melhoria", disse.
No caso do Ceas, além de apresentar boa infraestrutura e ensino de qualidade, outros fatores interferem no bom desempenho da escola.
“As pessoas têm que ter a paciência de esperar que esses resultados apareçam e que a própria comunidade entenda que está tendo uma transformação. Então acho que o principal desafio é fazer a comunidade acreditar nessa escola, no sentido de pertencimento, que às vezes fica difícil”, finaliza o diretor do Ceas, Daniel Lemos.
Produção da disciplina Oficina de Textos Jornalísticos - 2019.1
Reportagem - Bruna Stephany, João Araújo, Jonas Corrêa e Sabrina Hillary
Orientação - Professor Daniel Brandi
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