Idealizado pelo Coletivo Camaleão Urbano, o Cinegro levou entretenimento e empoderamento para jovens da ocupação
Durante todo o mês de maio, foi realizada na ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Beatriz Nascimento, localizada no bairro Japãozinho, o Cinegro. O projeto realizado pelo Coletivo Camaleão Urbano teve como objetivo mostrar filmes com protagonistas negros para os moradores da ocupação, e promover um debate sobre igualdade de raça e classe, além de proporcionar uma opção de lazer para a comunidade.
A fundadora do coletivo, a arquiteta e urbanista Dauane Santana, conta que a ideia do Cinegro veio da indignação diante de tantas notícias de violência e genocídio da população negra e da necessidade de incentivar as pessoas, principalmente das zonas periféricas, a assumirem-se negras e orgulharem-se disso. Segundo pesquisa do IBGE, realizada em 2018, a população declarada negra em Sergipe corresponde a 8,2% do total e a maior parcela da população do estado se declara parda.
Os filmes foram exibidos no salão da ocupação Beatriz Nascimento e cada sessão reuniu cerca de 20 moradores, entre adultos e crianças. Alguns dos títulos exibidos durante o evento foram:
Moana, Um Mar De Aventuras
Preciosa
Infiltrados Na Klan
O Aluno, Uma Lição De Vida
AllEyez On Me
Indomável Sonhadora
Estrelas Além Do Tempo
O encerramento do projeto ocorreu no último domingo, dia 26 de maio, e reuniu moradores e colaboradores. Foram realizadas as seguintes atividades: plantio e organização da horta comunitária da ocupação, atividades lúdicas com as crianças, contação de histórias, lanche coletivo, além de uma programação musical. Atualmente, cerca de 1.300 famílias vivem na ocupação, que existe desde novembro de 2017. O nome Beatriz Nascimento é uma homenagem à sergipana negra, ativista pelos direitos humanos, professora e historiadora, que faleceu em 1995.
Sobre o coletivo
O Coletivo Camaleão Urbano surgiu em 2017, com o intuito de atuar e promover intervenções urbanas colaborativas e de educação ambiental, como revitalização de espaços públicos, a partir da arte e do plantio de mudas. Atualmente conta com 19 integrantes, que atuam de forma multidisciplinar. “Cansamos de esperar pelo governo, vimos que nossas capacidades técnicas e formações profissionais poderiam estar ajudando a sociedade”, conta Dauane Santana, fundadora do coletivo.
Produção da disciplina Laboratório de Jornalismo Integrado I - 2019.1
Repórter - Beatrize Oliveira
Orientação - Professores: Josenildo Guerra, Cristian Góis e Eduardo Leite
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