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As 400 vidas do plástico

Câmara de Vereadores de Aracaju deu um passo importante proibindo a utilização de canudos plásticos em restaurantes, hotéis, lanchonetes e afins


Os plásticos tem sua devida finalidade. Não é difícil de encontrar uma garrafa plástica em algum lugar. Será que elas teriam algum outro material para substituí-las? (foto: Isabella Vieira)

Plástico é um problema de meio ambiente, de saúde pública, de política, de economia. Cientistas afirmam que cerca de 8 milhões de toneladas de lixo plástico são jogados nos oceanos anualmente e os reflexos dessa ação são desastrosas. Esses dados foram divulgados no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência em 2015. Estudantes calculam que produtos plásticos domésticos podem levar até 400 anos para se decompor.


Apesar da resistência das pessoas e de lógicas de consumo, é preciso reduzir ao máximo a utilização de plástico.


O plástico é um produto útil, durável e versátil, porém este resíduo é o principal poluidor dos mares. Maria Antunes, 51, voluntária no Projeto Tamar e fala sobre a importância do consumo consciente: “São milhares de espécies que são ameaçadas pela quantidade exagerada de plástico que se encontra no mar. É algo que foge de nossas vistas, pois realmente são proporções extremas que esse lixo toma, pondo também em risco as espécies marinhas. É preciso economizar. Quanto menos plástico, melhor”, declara.



Proibido por Lei


A Comissão de Meio Ambiente (CMA) - da Câmara dos Deputados de Brasília aprovou projeto que prevê a retirada gradual do plástico da composição de pratos, copos, bandejas e talheres descartáveis. A ideia é que estes itens sejam substituídos por materiais biodegradáveis. Essa atitude toma força no Brasil, as Câmaras de Vereadores de quase todas as cidades do país aprovam leis que proíbem o uso de descartáveis plásticos e também o uso de canudos plásticos.


Será que os famosos canudos plásticos estão entrando em extinção Aracaju? Ainda é possível encontrar esses objetivos em restaurantes e lanchonetes (foto: Isabella Vieira)

Na cidade de Aracaju não foi diferente. No dia 08/05/2019, foi aprovado o projeto de lei que proíbe o fornecimento de canudos plásticos na cidade, a lei atinge hotéis, restaurantes, bares, padarias entre outros estabelecimentos comerciais. E estes lugares devem fornecer canudos em papel reciclável, material comestível e biodegradável.


Nayane Chagas, 20, estudante, expressa um pouco a opinião dela sobre o projeto de lei: “Não vai adiantar nada extinguir apenas um canudo e fechar os olhos para tantas outras coisas que também são feitas de plástico e que também vão ser descartadas de forma indiscriminada”.


E o que os donos de lanchonetes e restaurantes aracajuanos estão achando? Elísio Soares, 48, é dono de uma pequena lanchonete móvel em um ponto turístico movimentado de Aracaju, ele se encontra pressionado pelos clientes sobre a proibição dos canudos: “Eu estou fazendo a minha parte se eu parar de distribuir os canudos. Mas e os meus clientes vão gostar? Se tiver sacola de papel e de plástico o cliente vai preferir o plástico, se for tempo de chuva, por exemplo, e ele levar em sacola de papel vai molhar e a de plástico é impermeável. Temos que trabalhar de acordo com os clientes”, desabafa.


Não é só nos oceanos que os plásticos são jogados, inicialmente eles também são encontrados em locais irregulares e descartados de forma incorreta (foto: Isabella Vieira)

Plástico tem 5 erres


Clara Angélica, 24, trabalha na Secretaria do Estado de Desenvolvimento Urbano e Sustentável dentro da gerência de educação ambiental e sustentabilidade e fala sobre a existência de vários projetos voltados ao consumo consciente com o foco na coleta seletiva dentro da lei 12.308/2010 que fala sobre a política nacional de resíduos sólidos, essa lei abrange a destinação dos resíduos, o incentivo às cooperativas e também a instituição da coleta seletiva.

“Os resíduos recicláveis devem ser destinados à cooperativas ou instituições que conseguem fazer a separação correta e reciclagem dos materiais. As cooperativas tem o intuito arrecadar esses materiais (vidro, papel, plástico e metal), separá-los de forma manual e tem alguns aparelhos que eles fazem a prensa do material e levam para empresas ou interessados para ser reciclado e reutilizado ou para ser colocado no descarte correto”, diz Clara Angélica.


As cooperativas são iniciativas sociais que trabalham com a coleta e triagem do material reciclável (inclusive embalagem longa vida) para beneficiamento e envio aos recicladores. A maior parte do material coletado vem do trabalho dos catadores cooperados ou dos programas de coleta seletiva municipais. Na cidade de Aracaju existem duas cooperativas a COORES e CARE, elas possuem um caminhão que pode ir na casa das pessoas, estabelecimentos comerciais e até em condomínios para recolher os materiais separados. Qualquer pessoa pode entrar em contato com essas organizações para a realização desse processo.

Como o aracajuano se comporta em relação ao plástico?


Para responder esta pergunta foi feita uma pequena pesquisa de levantamento de dados em uma rede social com 200 pessoas que residem em Aracaju. Os infográficos fazem uma direta e clara comparação entre as respostas dos entrevistados.


Foram feitas perguntas que remetem a práticas simples de conscientização como a prática ou não da coleta seletiva em casa, qual o material mais sustentável entre o plástico e o papel, a noção de que anualmente, 8 milhões de toneladas de plásticos são jogados ao oceano e qual material é mais jogado no lixo por cada um.




 

Produção da disciplina Laboratório de Jornalismo Integrado I - 2019.1

Repórter - Isabella Vieira

Orientação - Professores: Josenildo Guerra, Cristian Góis e Eduardo Leite

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