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O novo perfil da Câmara dos Deputados em 2023

Eduardo Costa

29 de outubro


Arte: Iana Marcelly


O perfil da Câmara dos Deputados sofre mudanças a cada eleição e para o ano de 2023 isso não foi diferente. Por ser o local em que as leis são elaboradas para serem executadas pelo Presidente da República, a harmonia entre esses dois âmbitos é essencial para o desenvolvimento político do país.


Mas, o que mudou no perfil da Câmara dos Deputados nesta eleição?


Em 2022, mudanças tão drásticas como nas eleições anteriores aconteceram com os deputados federais. Em comparação com a última eleição, o número de partidos eleitos teve um grande decréscimo, de 30 grupos eleitorais para 23 associações. De acordo com o UOL, a mudança é a maior desde 1994.


Além disso, a renovação da Câmara também foi baixa, registrando 230 novos deputados, equivalente a 44% o índice é o menor desde 2010. A lista completa dos deputados federais pode ser acessada no site oficial da Câmara Legislativa.


No entanto, a principal questão nas eleições deste ano é o crescimento do Partido Liberal (PL) no Legislativo, grupo do candidato à reeleição à presidência da República, Jair Bolsonaro. O grupo elegeu 66 deputados a mais em comparação com 2018, sendo o maior no quesito. Além disso, atualmente é o que mais possui candidatos eleitos na Câmara, com 99 no total.


O Partido dos Trabalhadores (PT), oposição ao PL, vem logo em seguida nos dois quesitos. Os esquerdistas aumentaram o número de deputados na Câmara em 11, mesmo número dos Republicanos. Além disso, também é o segundo grupo partidário com mais deputados federais eleitos, 65 ao todo.


Arte: Eduardo Costa - Legenda: esquema gráfico mostra a quantidade de deputados

federais nos principais partidos.

Ruan Gabriel, estudante do 7° período de direito da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e presidente da Liga Acadêmica de Representação e Participação Políticas (LARPP) falou sobre o alto número de direitistas na Câmara e diz que o movimento está em ascensão no país.

‘‘Não só o próprio PL, mas outros partidos prioritariamente de direita, como a UNIÃO, que é fusão de grupos de direita, cresceu em muito. A direita como um todo cresceu. Nos próximos quatro anos teremos um Legislativo conservador, de direita e alinhado com o Bolsonarismo’’, diz o presidente.



Ruan ainda faz uma ressalva, dizendo que o grande crescimento do PL nesta eleição aconteceu com o PSL, na eleição de 2018. ‘‘Era um partido minúsculo, conhecido como partido de aluguel. Bolsonaro, que é apartidário, alugou o partido e todo mundo que queria se aproveitar da ascensão do movimento bolsonarista, se filiou ao partido’’, explica.


‘‘A partir do momento em que o presidente começou a se movimentar para sair do partido, o partido voltou a ser minúsculo e todos que seguiram a onda também saíram. Caso o PL passe pelo mesmo processo, vai ruir e voltar a ser pequeno ou até inexistir. Tudo isso é devido ao apartidarismo e ao personalismo do seu principal líder, o Bolsonaro'', completa o estudante.


O estudante de direito ainda cita o texto do professor e cientista político Jairo Nicolau, no qual defende que o Bolsonarismo é muito mais que um chefe de Estado, mas está se refletindo nos costumes, nas práticas, no modo de fazer política. Por conseguinte, resultou nas eleições no Poder Legislativo.


DUAS IDEOLOGIAS NO TOPO


Somente dois candidatos foram eleitos com mais de 1 milhão de votos, Nikolas Ferreira, do PL, e Guilherme Boulos, do PSOL. O primeiro, elegível por Minas Gerais, obteve aproximadamente 1,492 milhão de votos. Já o segundo, por São Paulo, recebeu 1,001 milhão de votos.


Ambos possuem ideologias políticas totalmente diferentes, Nikolas é forte apoiador de Bolsonaro e tem seus ideais na direita. O deputado de 26 anos se autointitula como cristão e conserador.


No lado oposto, está Boulos. Militante ferrenho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Teto (MTST), o ativista fez sua carreira política defendendo as classes mais frágeis e lutando pela igualdade social.


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