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Trabalho nas redes sociais: Uma alternativa ou uma saída para o desemprego?

Por Fernanda Souto, Larissa Barros e Wesley Gonçalves



O atual cenário do comércio vem sendo influenciado diretamente pela internet- Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil


Com mais de 607 mil vítimas, a pandemia do novo coronavírus deixou sequelas e marcas que não serão esquecidas pela população brasileira. Mesmo com o avanço da vacinação contra a doença, a pancada recebida pela crise sanitária afetou também a tentativa de recuperação econômica do Brasil, causando o encolhimento da massa salarial no último ano.


Atualmente, com 14,4 milhões de brasileiros desempregados, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a necessidade de “se virar” bateu à porta de muitas pessoas que perderam os seus empregos formais e precisaram manter as despesas da casa. Com isso, foi preciso buscar maneiras de conseguir divulgar seus trabalhos e buscar alcance do público diante do isolamento social.


Uma das alternativas que profissionais de vários ramos lançaram mão foi fazer das redes sociais um oásis de esperança para amenizar os impactos do deserto de oportunidades de emprego com Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e direitos trabalhistas que há no Brasil. Por conta do seu alcance, da alta penetrabilidade em distintas camadas da sociedade e da facilidade no manuseio, o Instagram é um dos carros chefe desta guinada dos ofertantes de serviços e produtos em direção às redes.


Com a chegada da pandemia, a tendência seria de que este expediente fosse cada vez mais utilizado e, consequentemente, o número de vendas feitas aumentasse. Pois é. Foi o que ocorreu. Uma pesquisa da plataforma Ebit/Nielsen aponta que as vendas on-line ganharam 13 milhões de novos consumidores no Brasil em 2020, alta de 29% em relação a 2019. O E-commerce atingiu a marca de 79,7 milhões de clientes no ano passado. E para quem migrou totalmente para o digital, uma boa notícia: de acordo com o levantamento, cerca de 83% dos novos compradores afirmaram que repetiriam o procedimento pela internet.


O faturamento de lojas on-line cresceu 41% em 2020, a maior alta do setor em 13 anos, segundo a pesquisa. Os valores arrecadados superaram R$ 87 bilhões. Faz-se necessário ressaltar que as cifras elevadas são abocanhadas, em sua maioria, pelas grandes empresas, desde lojas de departamento até os autosserviços, como supermercados e farmácias. Porém, trabalhadores autônomos também beneficiaram-se desta prática.


As redes sociais funcionam como facilitadores na divulgação e até na comunicação de microempreendedores com o cliente. Vejamos um exemplo: um fotógrafo que não possua capital suficiente para manter um estúdio, pagar anúncios em meios de comunicação como sites e desenvolver um canal oficial para os consumidores entrarem em contato. No Instagram, principalmente, em conjunto com outras redes sociais como o WhatsApp, torna-se viável executar uma estrutura parecida com a citada acima e desenvolver o trabalho em questão. Claro que não se trata de uma estrutura de encher os olhos, mas é possível atingir resultados satisfatórios desta maneira, considerando a ausência de recursos financeiros.


No entanto, apesar de auxiliar os trabalhadores autônomos com os “bicos virtuais” ou microempresas, as redes sociais são só uma alternativa e não uma solução principal para o desemprego estrutural que permeia no Brasil. Isso porque o índice de desocupação no país não deve baixar dos dois dígitos tão cedo. É o que mostra uma projeção realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas.


O exercício matemático feito por economistas da FGV indica que, se o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescer 3,5% entre 2023 e 2026, o desemprego ficará em 10,1% no fim do período, isso sem ajuste sazonal. Na série ajustada sazonalmente, a taxa cairia para 9,8%, diga-se, única mostragem em que o índice é menor que 10%. No entanto, se o PIB avançar 1,5% nos próximos cinco anos, o desemprego chegaria a 11,6% em 2026.


Tudo isso escancara como o atual cenário do comércio no ambiente digital tem sido uma alternativa de emprego, ao mesmo tempo que é uma saída para o desemprego. Pois, conforme o desemprego aumenta, o número de trabalhadores informais também, tendo em vista as dificuldades de inserção no mercado de trabalho formal. Diante deste cenário, com o forte impacto nas oportunidades empresariais nas redes sociais, as ferramentas digitais deixaram de ser apenas um ambiente de publicação de fotos e vídeos, para um ponto de luz aos afetados pela crise econômica.


Agnaldo Rezende - entrevistaJoyce e Katiane
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