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  • Foto do escritorPortal Contexto

Sol e exposição, não combinam não!

No Brasil, 180 mil novos casos são diagnosticados todos os anos


Sol, praia, verão… a combinação perfeita para o período das férias. Infelizmente, o período entre dezembro e março, estação de maior incidência dos raios solares, representa um risco maior para a pele exposta sem proteção. Contudo, os cuidados com a pele não devem ser apenas no verão, ou apenas quando estiver num momento de lazer, na praia ou piscina. O Brasil é um país tropical, que apresenta altos níveis de radiação, o ano inteiro.


O câncer de pele é o mais comum no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do câncer (Inca), aproximadamente 180 mil novos casos são diagnosticados todo ano. O que comprova o descuido com o maior órgão do corpo humano, a pele. Para a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o aumento da doença é reflexo da mudança de hábitos. “Lá atrás, em 1920, as pessoas tomavam pouco sol, iam para a praia de roupa e se protegiam mais. Com o passar do tempo, entrou na moda o bronzeado, e a população começou a se expor mais”, explica o dermatologista Elimar Gomes.


A doença é provocada por uma anormalidade no crescimento das células que compõem a pele. Elas se desorganizam formando camadas que originam os diferentes tipos de câncer. O mais comum é o não melanoma, que pode ser carcinomas basocelulares ou espinocelular. Já os melanomas são os mais agressivos e letais.




O diagnóstico do câncer de pele é feito através de um exame clínico (biópsia), porém em determinadas situações, é possível chegar ao resultado através do exame visual. O Ministério da Saúde alerta para que as pessoas estejam atentas a todo e qualquer lesão na pele, especialmente as lesões elevadas, avermelhadas ou castanhas e que sangrem, pintas pretas ou castanhas que mudem de cor e textura, ou manchas que não cicatrizam.

O relatório Painel- Oncologia, do Inca, permite mapear os casos de câncer de pele em território nacional. Dados como diagnósticos, incidência, atendimentos, mortalidade, possibilitam a identificação das áreas mais problemática e desenvolvimento de campanhas estratégicas.


O mapa de diagnósticos por região, apresenta os dados totais entre 2013 e novembro de 2019. Nele as regiões com maior números de casos de câncer de pele são, respectivamente: Sudeste (31.059), Sul (26.133), Nordeste (13.092), Centro-oeste (5.150) e Norte (1.766). O fato da região Nordeste não figurar como nos primeiros lugares do ranking atenta para dois fatores. O mapa considera os casos diagnosticados e pelo histórico hospitalar e social da região, acredita-se que muitos casos são desconhecidos. As regiões Sul e Sudeste foram colonizadas por povos de pele mais clara e portanto, mais sensíveis à ação do sol. Tais fatores, aliadas ao histórico familiar e falta de cuidados, faz com que sejam os mais atingidos por este câncer.


Os dados de Sergipe mostram a mortalidade em decorrência dos melanomas de pele. Nos últimos 10 anos, 896 pessoas morreram no estado.


Além de buscar diagnóstico assim que notar qualquer lesão na pele, o que pode ser feito para atuar preventivamente?


A SBD recomenda usar sempre protetor solar e malhas com proteção UV, evitar exposição exagerada ao sol, especialmente nos horários de maior pico, das 9h às 15h. Em geral, utilizar um filtro solar de boa qualidade, com fator de proteção superior a 30. Já para as pessoas de pele mais clara, um fator superior a 50, além de óculos e chapéu.



Evitar exposição exagerada ao sol é uma das principais recomendações dos médicos, mas e as profissões que não permitem seguir esse conselho, como garis, carteiros, agentes de saúde, motoboys? Por lei, a empresa pública ou privada, é obrigada a fornecer o protetor solar, além dos equipamentos complementares de proteção como, camisas de mangas longas, boné, óculos. O mesmo acontece com os trabalhadores rurais, que têm esses recursos fornecidos pelo SUS.

Já os autônomos, são alvos de campanhas de conscientização, para que adquiram a proteção necessária contra a doença. Atualmente é mais comum encontrar nas ruas, motociclistas com sua camisas UV. Infelizmente a prática ainda é recente.


Com doze anos na profissão de motoxista, Agnaldo Rezende (47) descobriu o câncer de pele há 3 anos. O tumor maligno foi retirado e hoje ele faz acompanhamento dermatológico.



Protetor solar e óculos de sol devem ser seus companheiros diários, ainda que o “sol não esteja tão forte assim” ou “o dia esteja nublado”. Os raios ultravioletas são invisíveis e, em excesso, danosos à nossa pele. Lembre que a sua pele, é o seu maior órgão e cuide-se!



 

Produção da disciplina Laboratório de Jornalismo Integrado II - 2019.2

Reportagem: Joyce Oliveira e Katiane Peixoto

Edição de vídeo: Katiane Peixoto

Edição de áudio: Joyce Oliveira

Orientação dos professores: Cristian Goés, Vítor Belém e Talita Deda

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Agnaldo Rezende - entrevistaJoyce e Katiane
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