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Animais exóticos surpreendem moradores do bairro Jabotiana

Atualizado: 22 de jul. de 2019

Capivara, jacaré, tamanduá e jaguatirica são algumas espécies encontradas na região

Condomínios do bairro Jabotiana, em Aracaju, estão cercados por Mata Atlântica. (Foto: Mira Marques)

O aparecimento de animais silvestres tem colocado em alerta moradores do bairro Jabotiana, na zona Oeste de Aracaju. Jacarés, capivaras, raposas e cobras são alguns dos exemplos encontrados em ruas, praças e condomínios da região. As aparições são descritas pelos moradores como incomuns, mas surpreendentes.


Larckson Pereira, vigilante de um dos condomínios, afirma ter visto uma jaguatirica e uma capivara em frente à portaria pelas câmeras de vigilância. Segundo ele, um tamanduá já entrou nas dependências do condomínio e foi preciso acionar a Polícia Ambiental para o resgate.


O jovem Lucas Telles, que mora em um dos apartamentos, avistou um jacaré dentre as árvores atrás dos prédios. Para ele, tanto os animais quanto os moradores têm a segurança comprometida.

De acordo com a bióloga Adryanne Arcanjo, o bairro Jabotiana está inserido em uma das últimas áreas remanescentes de Mata Atlântica em Aracaju, o que explica a presença de animais tão diversos. Essa área, porém, tem sido reduzida pela especulação imobiliária e a situação da fauna afetada.


“Com a expansão do bairro, os animais migram em busca de outras áreas com vegetação. Algumas espécies desaparecem, outras alcançam o meio urbano. Os danos causados a eles são irreversíveis, como alterações na reprodução e no ciclo de vida desses animais”, completa a bióloga.


O Jabotiana, como reforça o arquiteto e urbanista Ricardo Mascarello, cresceu intensamente na última década, chegando a receber 10 mil pessoas entre 2010 e 2015. Os prédios foram construídos sobre os manguezais do rio Poxim, ainda com todos os animais a habitar a região.


Segundo Mascarello, “há um conflito inevitável na relação homem e natureza, uma vez que para construir um bairro é preciso obrigatoriamente modificar a paisagem natural”. No entanto, o urbanista destaca que as modificações devem preservar e se adequar às estruturas naturais do espaço.


O arquiteto sugere que uma solução possível para o bairro seria a criação de um parque ecológico, a partir do cercamento de uma área virgem da vegetação. Afinal, a floresta, assim como os condomínios, também é um lar.


Larckson, o vigilante, ainda afirma que as pessoas precisam ter consciência do meio em que habitam. “Os animais já estavam aqui antes da gente chegar, então temos que aprender a viver juntos".



Produção da disciplina Oficina de Textos Jornalísticos – 2019.1

Reportagem – Felipe Rocha, Gabriel Silva, Lucas Lima e Mira Marques

Orientação – Professor Daniel Brandi

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