Emily Prata
29 de outubro
Reprodução: Governo do Distrito Federal / Arte: Emily Prata
A formação do Congresso Nacional após o fim do primeiro turno das Eleições 2022 trouxe diversas surpresas, como o aumento de algumas bancadas, o reforço de outras e um aumento de representatividade nas cadeiras. Este ano, o crescimento de deputados negros, amarelos e de mulheres trans foi significativo, a representação das mulheres também teve um crescimento importante pata a formação do Congresso. As bancadas se dividem entre a direita conservadora e os partidos de esquerda, além daqueles que são popularmente chamados de “centrão”. Delas, a que se destaca é a “Bancada BBB” - bíblia, bala e bola - um conjunto de grupos que são apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro, aqui, alguns nomes se destacam.
Desde 2014, uma das bancadas que vem crescendo e ganhando espaço é a Bancada do Cocar, que é muito importante ao observar o cenário atual quando se trata de direitos e interesses indígenas, como a discussão a respeito da legalização da mineração em território indígena. Esse aumento da bancada veio de um crescimento gradual dos representantes que se candidataram ao longo dos anos. Em 2014, foram 85 candidatos; em 2018, somaram 133; e, em 2022, cerca de 186. A partir de 2023, o Congresso terá o recorde de cinco deputados federais que se declaram indígenas e dois senadores. Desses, duas das deputadas federais eleitas tiveram a candidatura apoiada pelo movimento indígena, foram: Sonia Guajajara (PSOL-SP) e Célia Xakriabá (PSOL-MG).
A Bancada Evangélica é uma das que possui maior espaço no Congresso Nacional. Mas, com o crescimento das bancadas ligadas diretamente ao bolsonarismo, caiu de 84 parlamentares em 2018, para cerca de 60 e 65 eleitos em 2022, o que representa cerca de 20% da Câmara. A estagnação da bancada não quer dizer que haja menos conservadores no congresso. Os parlamentares apoiadores do atual presidente conseguiram ocupar um número considerável de cadeiras. A bancada do PL, partido de Bolsonaro, subiu de 33 cadeiras em 2018, para 99, em 2022.
Outros dois grupos são representações crescentes na composição do Congresso, o número de mulheres e candidatos autodeclarados negros, cresceu de maneira considerável. A Bancada Feminina elegeu 91 integrantes, uma representação de 17,7%, cerca de 2% do que o atual. Além disso, duas delas são mulheres transgênero, Erika Hilton (PSOL-SP), eleita com mais de 256 mil votos e Duda Salabert (PDT-MG) com mais de 208 mil votos. O número de deputados que se autodeclararam negros que foram eleitos aumentou de 123 em 2018, para 135 em 2022, um crescimento de 26%. Destacam-se ainda Carol Dartora (PT-PR), que foi eleita a primeira deputada federal negra do Paraná, e Jack Rocha (PT-ES), a primeira mulher negra eleita deputada federal no Espírito Santo.
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