Desde que colocamos nossos pés no curso de Jornalismo, sempre ouvimos falar do famoso “LAB 1”, momento em que iríamos desenvolver o nosso próprio produto laboratorial por inteiro. Antes mesmo de estarmos matriculados na disciplina, já era possível escutar pelos corredores os palpites de qual seria a cidade pautada na nossa edição do Zona Contexto. Uma memória que também não escapou foi o efetivo primeiro dia de aula, que sem nem ao menos ter visto o plano de ensino a turma já perguntou aos professores “e quando decidiremos a cidade?”.
Se pudesse escolher uma palavra para descrever esse período anterior à chegada da pré-produção, escolheria expectativa. Pois, apesar do medo e rumores que envolviam o laboratório, todos não viam a hora desse momento chegar, de escolher a cidade, de ir até ela e, efetivamente, sentir o jornalismo na pele. Não que ele não pudesse ser sentido nos períodos anteriores, mas acredito que todos concordem que LAB 1 é uma experiência singular.
Isso se deve ao olhar jornalístico, essa famosa característica que somos estimulados a conhecer desde o primeiro período. Essa habilidade vai muito além do simples ato de ver, é um ato de conhecer e descobrir. E, tratando-se de uma cidade, um espaço tão comum em nosso cotidiano, requer que atravessemos o geral, que vemos todos os dias, para encontrar o singular, que nem todos sabem, mas que é de tamanha importância conhecer.
A decisão da cidade, uma das partes mais empolgantes da produção, enfrentou um breve entrave, pois não estava nos planos de ninguém, justamente durante a nossa primeira experiência no laboratório, enfrentar as consequências dos problemas financeiros vividos pela universidade, dificultando a possibilidade de que conseguíssemos transporte para municípios mais distantes.
Mas antes mesmo dessa situação, o nome da Barra dos Coqueiros já havia sido levantado. Afinal, a cidade estava crescendo e se modificando rapidamente, provocando a curiosidade do nosso olhar jornalístico em desenvolvimento. E a decisão foi praticamente unânime. A partir do nosso olhar jornalístico, que viu a diversidade de pautas que poderíamos explorar, não havia escolha melhor que a Ilha de Santa Luzia, como também é conhecida a cidade.
A Barra se tornou o nosso mundo durante esses dois meses de apuração. Foi o local para onde nos movemos para conhecer, por
meio de nossos olhos e ouvidos, e enxergar as vidas de todos aqueles que fazem a cidade ser quem ela é. Do Rio Japaratuba ao Rio Sergipe, os dois extremos do município, pudemos descobrir sobre a Comunidade Quilombola Pontal da Barra, conhecer a realidade do Povoado Praia de Jatobá e a sua relação com o extrativismo energético e um pó “invisível”, observar a extinção das árvores de mangaba e entender a situação da pesca no município.
Seguindo a costa, chegamos à Praia da Costa, um espaço turístico marcado por expressões culturais, comércio e esporte. Já mais próximo ao centro da cidade, conhecemos uma de suas portas de entrada e patrimônio: as tototós e seus marinheiros, que marcam a paisagem do Rio Sergipe. Em frente, a Praça Santa Luzia, nomeada em homenagem à padroeira da cidade, a santa da visão e dos cegos, podemos observar a falta de acessibilidade para pessoas com baixa visão.
Do outro lado, a imponente Ponte João Alves e o terminal de ônibus revelavam grandes problemas de mobilidade urbana. Seguindo o curso do Rio Sergipe, ainda ouvimos a história da Ocupação Vitória da Ilha, formada por várias pessoas afetadas por um processo chamado de gentrificação.
De ponta a ponta, nossa equipe se esforçou para trazer diversas nuances do município da Barra dos Coqueiros. Foram dois longos meses de apuração, enfrentando silêncios do poder público e buscando amplificar as vozes de todos aqueles que tinham algo a dizer. Tenho certeza de que, em nome de toda a turma, vivemos ao máximo todas as experiências que a redação de um jornalismo universitário pode proporcionar.
Que todas as linhas, sons e imagens presentes nesta Edição #04 do Zona Contexto te apresentem ou te façam conhecer a Barra dos Coqueiros de uma nova maneira. Que o nosso jornalismo universitário permaneça e continue trilhando o caminho de ajudar o mundo a conhecer histórias que muitas vezes passam despercebidas.
Espero que essa edição do Zona Contexto te faça refletir, se emocionar e, acima de tudo, mergulhar nessa experiência conosco. Boa leitura!
ANA CAROLINA ALVES
Editora-chefe

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Fotos: André Teixeira e Yuri Barbosa
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