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Cidades invisíveis: sujeitos e saúde

13 ª Edição

EDITORIAL

As dimensões apagadas da saúde dos sujeitos As cidades são evidentes: cheias de gente, de construções, de comércios, de serviços. É impossível de não ver. Mas, mesmo as “coisas” evidentes, as que se impõem aos olhos, possuem nuances e caminhos complexos, que pedem escolhas – inclusive a escolha de não ver partes menos belas da vida. De uma forma ou de outra, e de outras ainda, há dimensões das cidades que se não são invisíveis, são invisibilizadas. Em sua 13º Edição, +Contexto faz um movimento de olhar e jogar luz na face oculta do que fica evidente todos os dias. Nos interessam, portanto, as tramas que formam o evidente e, no entanto, não são percebidas. Essas tramas são compostas por pessoas, processos, números, hábitos e situações naturalizadas. Em adição, os “sujeitos e saúde”, como parte integrante do tema, nos trazem um direcionamento editorial. Queremos pensar na condição de saúde em uma dimensão integral, não só como ausência de doença, mas como estado amplo que envolve as pessoas e seu bem-estar. Este estado completo e pleno, inclui pensar na saúde física, mental, espiritual, emocional, na relação com o ambiente, entre outras. Vale aqui o destaque para o termo “sujeito” presente no nosso tema. As Grandes Reportagens apresentadas são produtos de um trabalho imersivo dos e das repórteres e editores. O período de convivência e escuta com marisqueiras e mangabeiras, indígenas, candomblecistas, trabalhadores, pessoas trans, mulheres e pessoas em situação de rua resultou na revelação de histórias invisibilizadas pela grande mídia. É onde entra a importância e a relevância da prática laboratorial nos anos de formação: proporcionar um movimento subjetivo, fundamental para dar voz e humanizar os e as personagens – elemento cada vez mais raro na mídia hegemônica. Nos interessam, portanto, problemas e realidades sociais experimentados pelos sujeitos e que compõem ou interferem na sua saúde plena. Problemas e realidades que, pela invisibilidade, podem parecer questões individuais, mas que, na verdade, formam uma trama coletiva; formam uma multidão de vozes individuais, únicas, mas não isoladas – só aparentemente isoladas. Nos interessam as dimensões apagadas da saúde dos sujeitos, que reunidas, formam a trama das cidades invisíveis/invisibilizadas.

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