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Sergipe investe pouco em esportes aquáticos

Apesar da exuberância de rios, lagoas e da costa, investimento do poder público na cena esportiva é tímido; atletas precisam bancar seus próprios treinos caso queiram competir

Por: Amanda Custódio, Caio Queiroz, Enzo Rezende, Jhonny Oliveira e Keven Santos 

Ao andar por Aracaju, chama a atenção o volume das águas da capital sergipana na geografia da cidade. São 35 quilômetros de litoral que, junto aos rios Sergipe, Vaza-Barris, Poxim, Pitanga e do Sal, compõem um potencial hídrico mal aproveitado para o lazer e o esporte. 

 

As praias da capital, como a da Atalaia, da Aruana, do Robalo e do Refúgio, fazem a alegria de turistas e da população sergipana. Tão grande quanto o volume das águas são as possibilidades para o esporte, caracterizado como um direito social determinado pela Constituição Federal - segundo o artigo 217, é “dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um”. Porém, as políticas públicas para promover os esportes aquáticos em Sergipe satisfazem apenas as demandas dos atletas com relação a transporte e hospedagens para as competições. Ainda se percebe a falta de um programa permanente que ajude com despesas básicas como moradia e  alimentação, o que dificulta a manutenção de uma rotina de treinos satisfatória.

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Os percalços no caminho da vitória 

Os atletas sergipanos passam por muitas dificuldades antes mesmo de enfrentarem seus adversários nas modalidades esportivas. Eles treinam o ano inteiro, custeiam alimentação, suplementação, treinamento e academia. Por isso, manter-se treinando requer uma dedicação que pode ser difícil quando o atleta precisa conciliar a sua carreira esportiva com um trabalho ou um “bico”, explica o professor de educação física Laerte Ferreira. “Até chegar em uma prova que eles executam em segundos, existe a preparação. E o nosso estado tem muitos atletas bons, medalhistas que necessitam desse investimento”.  

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Foto: Keven Santos

Laerte Ferreira é referência entre os alunos por suas aulas marcantes de natação

Em Sergipe, existem iniciativas como o ‘Programa Sergipe no Pódio’, que foi criado em 2023 e é o principal programa mantido pelo governo estadual para incentivar o esporte profissional. Em 2023, o projeto ofereceu uma contribuição financeira no valor de 20 mil reais para que cada federação participante pudesse arcar com o transporte dos atletas sergipanos para as competições nacionais e internacionais. As Federações Aquática de Sergipe, Sergipana de Remo e Sergipana de Surfe foram algumas das beneficiadas com o programa, além de outras 12 federações olímpicas do estado, totalizando cerca de 300 mil reais em investimento, segundo a Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Seel). 

 

Ainda conforme a pasta, em 2024 o programa será continuado e há previsão de reajuste do valor do benefício. O Sergipe no Pódio é concedido por meio de passagens aéreas e hospedagem, conforme solicitação e demanda. Além disso, a pasta alega ter concedido apoio à realização de eventos esportivos no estado, como o Campeonato Brasileiro de Surfe Master, realizado na Praia da Caueira, em 2023, e do Norte-Nordeste de Natação, realizado no Parque Aquático Zé Peixe, em Aracaju, no ano de 2022, além de auxiliar as federações e atletas. 

 

Entretanto, nenhuma dessas iniciativas garante um custeio regular de despesas básicas para os esportistas, o que ainda cria insegurança e pode inviabilizar a manutenção de uma carreira. Questionada sobre a necessidade de uma iniciativa que garanta um benefício mensal para custeio das despesas pessoais dos atletas, a Seel justifica que está previsto para esse ano o lançamento do programa Bolsa Atleta Estadual. Entretanto, não há data prevista para lançamento. 

 

Ainda assim, o presidente da Federação Aquática de Sergipe (Fase), Antônio Aragão, destaca que a natação de alto rendimento no estado está avançando. O principal ambiente de preparação para competições é o Parque Aquático Zé Peixe. De acordo com Aragão, os atletas de alto rendimento podem contar com uma boa estrutura, que também é utilizada para a realização de competições regionais e nacionais. No entanto, Aragão reforça que há necessidade de apoio para arcar com os custos mais significativos, relacionados à compra de materiais para treino e competição. Para o presidente da Fase, parcerias sólidas com a iniciativa privada poderiam ajudar a resolver essa demanda.  

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Foto: Amanda Custódio

 Atletas adquirem os próprios materiais para intensificar os treinos e participar de competições

As águas que formam atletas e unem pessoas 

As águas de Aracaju são capazes de transformar vidas e conectar histórias de pessoas que são o principal potencial da capital para os esportes aquáticos. O professor Laerte Ferreira, com sua experiência de mais de 30 anos na natação, lamenta a falta de investimentos nesses esportes, e afirma ter se acostumado a ver nos seus alunos a paixão pelas águas, a qual é a marca de sua trajetória. 

 

Aos 15 anos, ainda na fase escolar, Laerte integrou a equipe de natação do colégio público que estudava. Posteriormente, ingressou no curso de Educação Física na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Desde então, segue nadando e formando atletas, como a própria filha. Há nove anos, a nadadora sergipana Lavynya Ferreira, 16, treina com o seu pai, em uma rotina que começou com apenas três anos.

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Foto: Keven Santos

A dedicação aos treinos com Laerte, e o apoio da família, foram essenciais para a trajetória de Lavynya Ferreira

Ao longo do tempo, Lavynya alcançou grandes conquistas, assim como pôde conhecer a cultura de outros estados e fazer amigos dentro do esporte. Antes dos nove anos, a nadadora já tinha ganhado quatro medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze. Em 2023, a atleta participou de uma competição em São Luís, no Maranhão, e conquistou ouro nas sete provas que competiu. “O meu pai me colocou na natação para que eu aprendesse a nadar, e me defender quando possível. Com os treinos do meu pai, eu evolui e passei a me interessar pelas competições em alta performance”, relata a nadadora.

 

A trajetória esportiva da filha não foi a única que Laerte Ferreira influenciou. Apaixonado pelas águas, Sérgio Nunes, 48, pratica esportes aquáticos há mais de 30 anos, tendo Laerte como um dos grandes incentivadores. Ele teve aulas de natação com o professor e, assim como fez com a sua filha Lavynya, o ajudou a descobrir a paixão pelas águas, fazendo de Sérgio um desbravador de piscinas, mares e rios. Este ano, Sérgio consagrou-se campeão sergipano de natação em águas abertas na categoria de mil metros. 

Produção e imagens de apoio: Keven Santos

Sérgio Nunes manteve a liderança na prova desde o início da competição, que ocorreu em Canindé de São Francisco

Sérgio é, sobretudo, alguém que ama as possibilidades que as águas oferecem para os esportes. Começou sua trajetória no polo aquático e na natação em piscinas. Mas os segmentos favoritos do atleta estão relacionados aos esportes de aventura, que exigem mais experiência diante da exposição aos riscos, como correntezas, ventos e mudanças climáticas repentinas.

 

Graças à influência dos amigos e da mãe, de quem ganhou uma prancha, o esportista passou também a praticar o surfe, que ele encara como fonte de energia e vitalidade, além de servir como válvula de escape para reduzir a sensação de estresse. Durante a relação de Sérgio com a água, surgiu ainda a prática de mais um esporte, o aquathlon, que contempla a natação e em sequência, a corrida. Para ele, as duas atividades se complementam, por meio da preparação do fortalecimento da resistência muscular. 

Esportes aquáticos, do passado ao presente

As águas de Aracaju carregam consigo histórias centenárias de pessoas que competiram e viram as disputas aquáticas acontecerem nas mais tradicionais modalidades, como, por exemplo, o remo e a canoagem. A cada dia novas trajetórias estão sendo construídas, desde os atletas que seguem disputando esses esportes a um público que se aventura em outras modalidades, transformando assim o cenário dos esportes aquáticos na cidade, como o surfe.  

 

O Cotinguiba Esporte Clube é uma das principais referências no mundo aquático, patrimônio histórico e cultural de Aracaju. O clube possui 38 títulos de campeão de remo e foi criado no dia 10 de outubro de 1909, portanto é o mais antigo clube sócio esportivo do estado. Wellington Mangueira, 78, é presidente do clube há 20 anos e possui conexão com a agremiação desde o seu batismo, ocorrido em 23 de agosto de 1945 no chamado Rio Cotinguiba, atualmente intitulado como Rio Sergipe. 

 

Mangueira relembra com saudades dos tempos áureos do remo sergipano, quando a competição começava na ponte do imperador e terminava no atracadouro do late Clube. Atualmente, o único esporte aquático promovido pelo Cotinguiba é a natação. Já a prática de remo está concentrada no Parque dos Cajueiros, por meio do simulador de remo onde os atletas aprendem a remar fora d’água, um reflexo do enfraquecimento do esporte que já foi uma forte tradição sergipana. 

 

A canoagem é um esporte praticado sobre uma canoa ou caiaque, é uma modalidade pouco comum no estado, sendo realizada apenas em três clubes aquáticos localizados na capital. Porém, apenas um deles é legalizado, o ‘Canoa Raiz’, baseado na Escola de Remo e Canoagem, localizada no Parque dos Cajueiros. O clube foi criado em 2017 pelos canoístas Igor Cruz, 44 e Samuel Blá, a fim de incentivar a prática de canoagem competitiva e de lazer. Na unidade, eles também desenvolvem atividades com pessoas com deficiência (PcD) e com mulheres em tratamento do câncer de mama.

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Foto: Amanda Custódio

Um dos principais desafios enfrentados pelo clube de canoagem é a falta de popularização da modalidade no estado

O Canoa Raiz também promove o Campeonato Sergipano de Canoa Havaiana, com o intuito de estimular a prática da canoagem competitiva entre os canoístas sergipanos, mas para Igor Cruz, a cultura náutica ainda é bem acanhada em todo o estado. Um reflexo disso é que Sergipe não possui uma federação de canoagem por não ter o mínimo de três clubes oficializados. “Para poder competir a nível nacional e mundial nós temos que nos filiar em outros estados”, revela Igor. 

 

A professora e doutora Barbara Rosa, praticante da canoagem há dez anos, e uma das alunas mais antigas do clube, conta que começou no esporte para processo terapêutico. “O benefício da canoagem é infinito, além do corpo, a mente também é favorecida”, ressaltou.

 

O presente parece mesmo indicar para o fortalecimento de esportes menos tradicionais, como o surfe. A Federação Sergipana da modalidade (FSS) existe há mais de 25 anos e conta, atualmente, com mais de 50 surfistas profissionais, que atuam em diversos eventos. Somente neste ano, estão previstas cinco etapas do Circuito Sergipano de Surfe. A primeira ocorreu durante o Verão Sergipe, nos dias 13 e 14 de janeiro, na Praia da Caueira. A segunda etapa do Circuito ocorreu nos dias 2 e 3 de março, na Praia da Cinelândia.

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Foto: Keven Santos

As etapas do Circuito Sergipano de Surfe valorizam a evolução dos atletas e revelam novos talentos

Apesar do atual cenário ser animador, a prática do surfe em Sergipe já passou por fases mais delicadas. A ausência de competições no âmbito profissional foi causada pela falta de apoio nos anos anteriores, principalmente, para a realização de eventos. A chegada do incentivo da Seel ajuda a custear a estrutura principal do evento, como o palanque, sonorização e geradores. Já a iniciativa privada, em sua maioria, apoia com premiações para os atletas com melhor desempenho. 

 

Segundo a FSS, os lugares mais frequentados pelos surfistas para treinar são a praia da Bomba, que fica situada atrás dos lagos da Orla de Atalaia, o Farol da Orla de Aracaju, além das praias do Havaizinho, Cinelândia e Aruana. No litoral norte do estado, as mais escolhidas são a Praia da Costa, Pirambu e Ponta dos Mangues. Já no litoral sul, se destacam as praias da Caueira, Abaís e Praia das Dunas.

Produção e imagens de apoio: Keven Santos

Geraldo Magela pratica o surfe há mais de 43 anos e traz curiosidades sobre a Praia da Bomba

As águas que formam atletas e unem pessoas 

A praia conecta as pessoas com a natureza, é a união entre o mar, o sol e a areia que proporciona um final de semana inesquecível. A beleza do pôr do sol da Caueira encanta os olhos e gera momentos marcantes. Durante esses momentos, há sempre uma grande troca de conhecimentos, entre quem possui mais experiências com a prática de surfe e os iniciantes, principalmente, em relação aos cuidados que devem ser tomados com a alimentação, proteção solar e cuidados com a água. 

 

O aracajuano Cristóvão Baltazar, 35, é professor de surfe e microempreendedor. Durante os mais de 13 anos que morou no Rio de Janeiro, ele participou de competições e passou a ensinar surfe como uma estratégia para conciliar tempo de treino e renda. Entretanto, o investimento não deu resultados suficientes para ele custear os treinos, retornando para Aracaju para administrar a microempresa que pertence aos pais. 

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Foto: Enzo Resende

Cristóvão Baltazar vive intensamente e coleciona histórias dos lugares onde já passou

Quando Cristóvão era adolescente, os pais adquiriram o terreno em que foi construído um bar, próximo à praia de Aruana. O contato com a praia e seus elementos chamaram a atenção de Cristóvão, até que um vizinho deu uma prancha para ele surfar. Foi ali que ele começou a praticar o esporte que se transformou em uma paixão.

Esportes aquáticos também beneficiam o público

A prática dos esportes aquáticos também pode ser realizada de modo amador. Esse tipo de atividade física pode resultar no “bem-estar” do corpo e da saúde mental. Dentre os destaques, estão as melhorias na circulação sanguínea e da respiração, além da redução do impacto entre as articulações em comparação a outros esportes que possuem ação direta da gravidade. 

 

De acordo com Sérgio, o contato com a água é utilizado para realizar terapias voltadas para recuperações de lesões, além de auxiliar no tratamento de doenças e reduzir a gordura corporal. Outro destaque é que a prática esportiva na água é acessível para os idosos e gestantes. “Para aproveitar melhor a natureza, o ideal são as modalidades natatórias, como o surfe e kitesurf na praia e a natação em águas abertas no rio”, explica.

 

Por esses motivos, o incentivo à prática das modalidades aquáticas, mediante investimento público, é importante para promover atividades com benefícios diversos para a população.  No entanto, as iniciativas da Secretaria limitam-se a ações de conscientização sobre os benefícios dessas atividades, o que dificulta a popularização desses esportes. Por outro lado, para o público em idade escolar, de 7 a 17 anos, existem políticas públicas que proporcionam acesso às modalidades praticadas em piscinas. 

 

A Seel, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), mantém quatro escolas de esportes localizadas em Aracaju. Entre elas, está o Parque Aquático Oseas Dias de Miranda, no bairro Siqueira Campos, que oferece natação, paranatação e polo aquático prioritariamente aos estudantes da rede pública estadual.

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Foto: Caio Queiroz

População prestigia as competições aquáticas, mas sentem falta de iniciativas para o público em geral

As escolas de esporte têm o objetivo de incentivar a prática esportiva e a participação em grandes competições nacionais escolares, como as Paraolimpíadas Escolares, os Jogos Escolares Brasileiros e os Jogos da Juventude. Além disso, a gestão estadual também realiza os Jogos da Primavera, uma competição escolar com disputa em modalidades diversas. Entre elas, esportes aquáticos como natação e polo aquático, funcionando como seletiva para as competições nacionais escolares. 

 

Porém, não há ações permanentes para viabilizar o aprendizado e a oferta de estrutura para a prática das modalidades pela população em geral. Para a pasta, a justificativa é o alto custo que essas iniciativas podem ter, como informado em nota oficial: “A prática do esporte aquático traz uma dificuldade no sentido de estrutura física para que eles sejam praticados, afinal, manter uma piscina é um custo extremamente alto”, pontuou a nota da Seel. 

 

Aparentemente, a secretaria compreende a realização dos esportes aquáticos de forma limitada às modalidades praticadas em piscina, sem incentivo a exploração do potencial hídrico dos rios e mares de Aracaju, assim como os benefícios que a prática esportiva nesses locais pode proporcionar à população, como a própria pasta reconhece.  

 

“Destacamos a importância da segurança na água para os aprendizes da natação. Com a presença de rios, mares e acesso a piscinas em Aracaju, a segurança na água torna-se crucial não só para aproveitar os benefícios do esporte, mas também para reduzir os casos de afogamento”, destacou a Seel. 

Esportes aquáticos também beneficiam o público

Para quem busca possibilidades para a prática dos esportes aquáticos, o Projeto Estrelas do Mar, que é mantido de forma independente, é uma ótima oportunidade. O projeto foi idealizado por Byron Silva em 2011, em homenagem ao primo Ailton Sebastião, mais conhecido como ‘Kostela’, que praticava bodyboard e faleceu em março de 2010. Ailton desejava que fosse criada uma escola de bodyboard para os jovens que se encontravam em vulnerabilidade socioeconômica.

 

Atualmente, o Estrelas do Mar atende também crianças e jovens com deficiência, contando com o bodyboard como prática esportiva. A modalidade contempla uma experiência em que o participante se deita na prancha e desliza sobre a onda. Inicialmente, o projeto contou com 30 alunos. No entanto, a iniciativa cresceu e, atualmente, participam 187 pessoas, que se reúnem durante os sábados pela manhã, em um espaço reservado no Bar Solarium, localizado no bairro Robalo. Para custear as despesas do projeto, são realizadas, periodicamente, feijoadas para arrecadar recursos.  

 

A campanha beneficiou alunos com paralisia cerebral e mobilidade reduzida, por meio da arrecadação de cadeiras anfíbias, que flutuam na água, com a prática da atividade conhecida como banho assistido, como explica a coordenadora do projeto, Anne Bastos. “É muito bom poder proporcionar momentos felizes para eles. Muitos têm contato com o mar pela primeira vez e com as aulas, são convidados a surfar”, destaca Anne.

9 foto Equipe do Estrelas do Mar se sente realizada com o poder de transformação das águas na vida dos alunos Foto_ Keven Santos.webp

Foto: Keven Santos

 Projeto Estrelas do Mar proporciona experiências únicas aos alunos por meio da prática do bodyboard

As atividades do Estrelas do Mar são realizadas em três fases. A primeira é uma recepção lúdica com a turma, pais e os monitores voluntários. Em seguida, é feito o aquecimento e, por fim, a atividade prática. Anne Bastos avalia que o projeto necessita de maior apoio logístico, pois não conta com patrocínio para as despesas como a aquisição do bodyboard, que possui custo elevado. Já a manutenção da cadeira anfíbia também representa uma despesa significativa, assim como a compra das pranchas e outros acessórios.

 

Entre os meses de janeiro e fevereiro, o Estrelas do Mar participou do Verão Sergipe em Pacatuba, Canindé de São Francisco e Pirambu, para demonstrar como ocorre o banho assistido e a prática de bodyboard. “Foi maravilhoso receber o convite para participar, as pessoas que participaram das atividades ofertadas com o apoio dos nossos monitores voluntários se sentiram incluídas”, detalha Anne. 

 

Essa iniciativa demonstra o compromisso do Estrelas do Mar com a inclusão e a promoção da igualdade de oportunidades para todos, independente de suas limitações físicas. O projeto não apenas oferece uma experiência transformadora para os participantes, mas também contribui para a conscientização e a quebra de barreiras em relação às pessoas com deficiência na sociedade.

 

Aracaju tem potencial para satisfazer as necessidades de quem precisa das modalidades aquáticas para viver com qualidade de vida, para garantir momentos de lazer nas piscinas, rios e mares da capital, ou para atletas que treinam diariamente para alcançar o sonho de uma carreira competindo nas águas. 

 

Iniciativas independentes como o Projeto Estrelas do Mar cumprem um papel importante diante da falta de incentivos por parte do poder público para atender à população em geral. Já para os atletas, as políticas ainda insuficientes são um obstáculo que eles enfrentam com persistência e com a esperança de um futuro com melhores condições. 

Produção labotarial do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Sergipe

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